top of page

CASA E SERES DE TAIPO
Casa cujo baldrame ausente
Provoca ao peito afável
Dolente anseio imensurável.
Congela-me a cena a mente...
Talos e embiras que sustém
Essa moradia encurtada
Seu declínio não mais retém.
Sua história estará findada...
Seus cômodos envergados,
Forquilhas e “caibos” empenados
Deformam-no o arcabouço.
Reboco rasgado em estrias,
Perece o “amarelo-barro”.
Sofre no passar dos dias;
Casa em pele e frágil osso...
A vista fúnebre que o cerca
Elucida o furor da seca.
Ri a rasga-mortalha na cerca,
Última gota no pote seca.
Espiam-nas, famintos abutres
No alto do céu “azul-fervente”
O lar de taipo e aquela gente...
​
Poesia - Lenoga Will
bottom of page