
Lamentos de um Neurônio
Consoante um incompreendido pássaro na gaiola,
Sinto-me acuado e mundo entre telas...
Mas... Qual cárcere impera?
O cujo detento – infeliz - não sabe,
Que seu angustiante pranto
[ Será que sabe?
Traduz-se num lindo canto
Aos ouvidos que guardam a alforria
De quem livremente antes vivia.
Ou será aquele em que os prisioneiros nasceram,
Cresceram,
Onde, a priori, cadeia não era,
Todavia, nos tempos atuais,
Nesta prisão, deveras
A pena de morte devora;
Como uma fera
Feroz, atroz...
- Não espera.
Alimenta-se diariamente
De um neurônio
Sem voz,
Sem ais...
Lugar no qual os poucos que ainda se arrastam,
Indagam-se silenciosamente:
- Qual será o próximo a sumir da mente?...
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Como um incompreendido pássaro na gaiola,
Sinto-me acuado e mundo entre telas:
Ele, entre talos e aços.
Eu, entre plásticos, vidros e “touch screens”
- Poesia -Lenoga Will