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Lamentos de um Neurônio

 

 

 

Consoante um incompreendido pássaro na gaiola,

Sinto-me acuado e mundo entre telas...

Mas... Qual cárcere impera?

O cujo detento – infeliz - não sabe,

Que seu angustiante pranto

                              [ Será que sabe?

Traduz-se num lindo canto

Aos ouvidos que guardam a alforria

De quem livremente antes vivia.

 

Ou será aquele em que os prisioneiros nasceram,

Cresceram,

Onde, a priori, cadeia não era,

Todavia, nos tempos atuais,

Nesta prisão, deveras

A pena de morte devora;

Como uma fera

Feroz, atroz...

- Não espera.

Alimenta-se diariamente

De um neurônio

Sem voz,

Sem ais...

Lugar no qual os poucos que ainda se arrastam,

Indagam-se silenciosamente:

 - Qual será o próximo a sumir da mente?...

..........................................................................

 

Como um incompreendido pássaro na gaiola,

Sinto-me acuado e mundo entre telas:

Ele, entre talos e aços.

Eu, entre plásticos, vidros e “touch screens”

 

 

 - Poesia -Lenoga Will

Poema submetido  e aprovado para publicação na Antologia Poesia Agora edição primavera 2018, ISBN 978-85-69577-81-2, org. Luis Nogueira e Wellington Souza. Selo Trevo chancela da Editora Benfazeja

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